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domingo, 24 de abril de 2011

Homenagem a Sathya Sai Baba


Esta é a minha pequena homenagem ao mestre Sathya Sai Baba, que deixou seu corpo aos 84 anos, quebrando a promessa que havia feito de viver até os 94!

Rumores chegaram nos dias anteriores, de que o mestre já havia deixado seu corpo, mas a notícia não era oficializada devido a uma outra promessa de que, caso deixasse o corpo antes dos 94, voltaria em poucos dias. Porém hoje a notícia foi oficializada.

Fui a Puttaparthi no ano passado, numa intensa e sagrada peregrinação espiritual de 3 meses através da Índia. Estou no momento escrevendo sobre esta peregrinação para publicá-la aqui em breve.

Quando cheguei em Puttaparthi fiquei impressionado com o tamanho do ashram e do darshan hall. Espiritualidade para as massas, literalmente. Milhares de pessoas se espremiam num gigantesco hall não me permitindo identificar o rosto do Swami, devido a distância.

Em sua fragilidade octogenária, ele já não falava mais em público, apenas permanecia sentado em sua cadeira de rodas, praticamente imóvel.

Foi apenas no terceiro dia que recebi sua benção. Frustrado pela constante multidão ao redor do mestre, na manhã do terceiro dia resolvi ir meditar sob uma conceituada árvore. No caminho porém, ouvi bhajans sendo ainda cantados no grande hall. Eram quase dez da manhã e o darshan estava marcado para as oito. Como na maioria das manhãs, já estava certo de que Sai Baba havia resolvido não comparecer. A imensa maioria dos devotos já havia desistido da espera e tomado outras atividades, deixando o hall vazio.

Pensei então que aquela poderia ser minha única oportunidade de sentar próximo ao templo e sentir sua shakti. Entrei no hall e caminhei até a primeira fila. E de repente, no momento em que me sentei, sinos e alarmes soaram para a surpresa de todos: Swami estava saindo para dar seu darshan.

Houve uma tremenda correria geral e em poucos minutos todo o hall estava desesperadamente tomado. E eu, ali bem na frente!

Sentir o brilho de Sathya Sai Baba foi uma experiência marcante e fascinante. Haviam dois componentes que nitidamente não faziam parte daquele corpo enrugado e senil: dois olhos profundamente abertos, vivos e cheios de luz - e os frisantes cabelos negros. De minha proximidade, não pude notar um fio branco sequer, naquele corpo de 83 anos!

"Ame a todos; sirva a todos!"



SAI RAM!

3 comentários:

Guilherme disse...

Creio que o brilho que você viu em Sai Baba era sua própria luz refletida nele. Como disse Jesus para a pessoa que se curou ao tocar Sua túnica; "A tua fé te curou"

Os verdadeiros mestres deixam o corpo em um Mahasamadhi, não na UTI de um hospital. Mais que um mestre, Sai Baba se afirmava um Deus, perguntado certa vez sobre Jesus ele afirmou; "Eu sou aquele que o enviou". Apesar de sempre ter difundido ideais de Amor, Verdade e Não Violência pesam sobre sua biografia acusações muito sérias sobre pedofilia e prestidigitação. Não acho que ele não cumpriu a promessa de viver até os 94, aconteceu que ele simplesmente prometeu o que não podia cumprir...

Joe Dayanand disse...

Caro Guilherme,

você apresenta uma profunda e importante questão em seu comentário, o quanto a nossa realidade é modelada pela percepção do observador, questão tão discutida pela física quântica...

Mas se a minha percepção de Sai Baba está influenciada pelo observador, não estaria a sua também?

Enquanto alguns mestres escolhem entrar em Mahasamadhi de formas extremamente surpreendentes para nos provar de que somos todos Espírito, como o mestre Paramahansa Yogananda, outros escolhem envelhecer e adoecer lentamente, como os mestres Ramana Maharshi e Meher Baba.

Questionado por um de seus devotos sobre essa escolha, Meher Baba respondeu: "De que outra forma eu poderia ensinar meus devotos a totalmente aceitar e amar a vida, em todas as suas fases?"

Quando menciono minha experiência como marcante e fascinante, foi porque senti estar na presença de um mestre...

Sheila Cavalcante disse...

Ola Joe,

Obrigado, especialmente pela contestaçao que fizeste sobre a percepçao do observador...
Eu estive em Puttaparthi inicio de março, a principio um choque e depois a comprençao, aceitaçao e fluidez de amor, amor, amor... Sabemos que quanto maior é a luz, mas sombra se faz, porque será que Jesus foi cruzificado? E porque nao seria Baba também julgado e cruzificados pelas palavras e a falta de amor existente em tantos e tantos seres humanos... Façamos a nossa parte... Perdoando aqueles que nao sabem o dizem e enviando-les nosso amor e comprençao, tal e qual Baba fazia.
Um abrazo desde de España.
Janani Sheila