
Acima, um pedaço do atual calendário de Adam.
Mais imagens e uma breve descrição dessas ruínas do berço africano da humanidade podem ser vistas aqui: http://www.makomati.com/
Lançado em julho de 2008, o livro Adam's Calendar de Michael Tellinger é talvez o primeiro a explorar estas ruínas em detallhes: http://www.amazon.co.uk/Adams Calendar
Michael Tellinger é também o autor do livro Slave Species of God, no qual relata uma versão da história humana muito parecida com a de Credo Mutwa. A introdução e o primeiro capítulo deste livro podem ser lidos aqui: https://www.michaeltellinger.com/
E para quem acha que esta versão da história humana não passa de especulação africana, sugiro a leitura dos últimos ensinamentos do fabuloso Don Juan, que Carlos Castaneda guardou para seu último livro: O Lado Ativo do Infinito. Fica evidente neste livro que o magnífico Castaneda sabia que seu tempo entre nós estava se esgotando e que, ao se preparar para sua própria viagem que conduz ao lado ativo do infinito, ele quis nos dar uma breve visão dos mais profundos segredos da tradição shamânica da América Latina.
Mas os sul-africanos embaçam tanto quanto os brasileiros, e saímos tarde de Johanesburgo, e chegamos tarde no berço da humanidade e pude ver pouco das ruínas antes que a noite invadisse nossos olhos e a ponta de nossos pés e nos arrastasse para as luzes fosforecentes do festival Earthdance.

Assim como em vários outros festivais em que já estive, no Earthdance tive novamente a oportunidade me livrar de meu ego reptiliano por alguns instantes e estar consciente no momento presente, com minha atenção focada na dança, nos sons e nas luzes, no ritmo e movimentos dos corpos a minha volta. Tive mais uma vez a oportunidade de viver um momento real, livre da ilusão do passado e futuro, livre do incansável juiz escamoso que dentro de mim julga e condena o mundo lá fora.
Os diversos festivais de música existentes hoje, principalmente os que duram por diversos dias, podem proporcionar uma maior consciência no Agora, além de trazerem de volta os elementos da tribo humana, tão importantes em nosso desenvolvimento social e tão esquecidos entre os (cada vez menores) cubículos de concreto que definem nosso espaço dentro de um conglomerado desconhecido e hostil. Cubículos que trazem a segurança da nossa ignorância e da solidão de nossas famílias.
Dançando como uma tribo, conseguimos sair do conteúdo de nossas mentes e desacelerar a incessante corrente de pensamentos que geralmente consome toda a nossa atenção. Podemos sentir a vida em nossos corpos, sentir que somos algo mais profundo que apenas nossos pensamentos. Passamos então a dar menos atenção e importância a estes pensamentos, e isso constitui uma grande parte da paz e felicidade que vivenciamos enquanto dançamos.
A música eletrônica trouxe de volta o elemento tribal da música: ela transcende a mente racional que só entende a música através da melodia em partitura e, ao vencer esta barreira de racionalidade, atinge nosso ser mais profundo, o Ser do qual nada precisa ser tirado ou acrescentado através de nossos medos e desejos, que existe em sua plenitude dentro de cada um de nós no Agora.
Devemos aproveitar as chances que temos de celebrar a vida, principalmente quando elas nos trazem de volta para a tribo. Para maiores informações sobre o festival Earthdance, http://www.earthdance.org/
Para uma maior compreensão do Agora, sugiro a leitura do livro O Poder do Agora, de Eckhart Tolle.