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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quem construiu a lua?


É noite. Caminho sendo deliciosamente empurrado pelo vento ao percorrer a longa extensão do inabalável corredor do décimo segundo andar do Bloco E, em silêncio e sem luz, pisando com o cuidado de não tropeçar em algum chinelo jogado, tocando levemente as paredes de ambos os lados, aqui e ali. É tarde. Pelo menos para um ashram, já passa das 11. Está quente e úmido. Faz 7 meses que tem estado quente e úmido. As monções ainda não abaixaram a temperatura, mesmo agora no meio de junho.

Chego ao balcão. O vento varre as minhas costas e agora também o meu peito, vindo ainda canalizado do longo corredor atrás de mim e também diretamente do mar a minha frente, trazendo o delicioso quebrar das ondas contra a dispersa parede de pedras e também um pouco de maresia. Adoro as monções. É a minha estação predileta aqui no sul da Índia. O céu adquire uma dramaticidade constante, um deleite para os olhos.

As nuvens correm frenéticas pelo céu numa louca maratona sem propósito, ora pingando suas lágrimas escassas ora despencando dúzias de piscinas olímpicas sobre os humanos, em violentas rajadas entre intervalos de sol rachante ou estrelas pálidas, obrigando a todos aqui embaixo a correr pra lá e pra cá, de abrigo a abrigo, por sobre as poças, por sob as árvores, por entre as desabrigadas ruas das vilas da costa de Kerala. Adoro esse corre-corre.

Nuvens cobrem agora quase todo o céu, deslizando ininterruptamente em círculos umas sobre as outras, se batendo e acotovelando numa fotográfica competição negra e molhada. Sinto a intensidade por toda parte. Faz alguns dias que a intensidade tem estado mais intensa. Tenho passado dias tão intensos, tenho tantas coisas para fazer, que acabei de decidir não fazer mais nada. Sento decidido a me envolver novamente nesta inquieta e perfurada manta de algodão encharcada de nanquim, madrugada adentro.

Aqui não existem ainda chemtrails, as nuvens são grandes, fofas e rechonchudas como na década de oitenta. Propícias a formação de zoológicos absurdos. Logo vejo um urso. Patas gigantescas. Ele se contorce lentamente, torce o abdomem, abre e estica os braços e abraça um... abraça um... um... coala! Nossa, é mesmo um coala! Quase do tamanho do urso. Eles se abraçam cada vez mais apertado e o coala começa a entrar na barriga do urso. Talvez para fugir de... para fugir de uma... de uma... uma girafa! Nossa, é mesmo uma girafa que se forma acima do mar! Mas porque um coala teria que fugir de uma girafa? Girafas são vegetarianas!

Desconheço também, o motivo da intensidade me levar constantemente para o balcão. Tenho tentado escrever nestas últimas semanas, entender como a mente humana sofre a abrupta queda entre a Treta e a Dwapara Yuga. Como uma civilização planetária de considerável elevação espiritual a capacidade mental – muito maiores do que as atuais! – é drasticamente suprimida a uma enorme ignorância e crescente amnésia. Afinal milagres são definidos pela incapacidade de sua compreensão, todos eles – e são muitos! – possuem explicações metafísicas ao variado alcance das variadas manifestações de consciência existentes através do universo.

Porém a intensidade contamina o fluxo e caminha meu corpo através do escuro corredor rumo a mesma visita noturna ao zoológico, noite após noite. O que ela quer que eu veja? Uma alpaca? Hoje ainda é quarta, dia de dormir cedo, não posso sentar aqui a toa deliciando-me com os possantes ventos das monções. Há uma transição a ser entendida. E saboreada. Preciso concentrar-me na dramaticidade da humanidade, não posso passar as madrugadas deduzindo girafas galoparem em direção a urso-coalas. Ou na verdade, em direção a um... em direção a um... a um... chimpanzé! Nossa, é mesmo um chimpanzé!

Mas recebi a sagrada instrução de observar. Então permaneço e observo.

Observo o chimpanzé se dissolver lentamente dentro de um estranho tipo de serpente japonesa. Julgo ser japonesa pelos olhos puxados. Pequenas explosões eróticas contaminam o corpo da serpente e de sua cauda surge uma... surge uma... surge... uma lua em eclipse! Nossa, é mesmo uma lua em eclipse! Esqueci que hoje é dia de eclipse! Passei o dia evitando humanos em silêncio – adoro dias em que evito humanos em silêncio – mergulhado nas ondas da intensidade e esqueci que hoje é dia de eclipse.

Acabou de começar. Mando todos os animais embora, rumo a bem aventurança de algum parque nacional na África e contemplo o eclipse. A linha de penumbra se move da esquerda para a direita, com extrema rapidez. Nossa, o tempo está passando realmente muito rápido! Lembro que quando era criança eu precisava inventar alguma atividade entre as observações de uma lua em eclipse. Agora a linha se move tão rápido que dá tranquilamente para acompanhar todo o progresso da penumbra a olho nú. Vamos realmente experimentar a absurda velocidade de tempo descrita por alguns magos que perceberam a transição a tempos atrás!

Rapidamente a lua é encoberta em sua totalidade e então surge a mágica:




101 minutos de pura magia. Hipnotizo-me com a beleza escarlate. Fixo o olhar atento e consciente. Que não pisca ou vira pro lado. Que se encanta e se entrega. Aos lúcidos devaneios de um infindável louvor. Que reside e concede. A viajem a um plano mais elevado, mais absoluto, mais incomensurável. Incomensuravelmente espontâneo.

E dessa espontaneidade absoluta de repente nasce uma pergunta dentro de mim:

Lua, você é artificial?

Fico um pouco impressionado com a minha pergunta. Mas não o bastante. Mantenho o olhar.

Mas ela não responde nem o retribui.

Sinto então uma nova onda de espontaneidade cobrir a pergunta com um metódico e cativante encanto de cor límpida, fazendo-a nascer novamente de minha essência:

Lua, você é artificial?

Ela permanece ainda em silêncio.

Mas não o bastante. Sinto o desabrochar de uma leve comoção. Há um ligeiro movimento. Outorgo então a inefável pergunta uma outra vez, em um novo respirar com mais amor:

Lua, você é artificial?

E ela finalmente não resiste.

Vermelha, desmancha sua calada vagabundagem sorrindo uma rápida chuva de estrelas cadentes. E joga sua inesgotável malícia para cima de mim:

O que é ser artificial?

Construída pelos homens. Ou por seres alienígenas. Por alguma forma de vida inteligente, ora bolas o que é ser artificial...

Ela pisca um rápido brilho entre suas manchas.

E qual seria a outra opção?

A outra opção? Ser natural ué, construída diretamente por Deus. Através daquilo que chamamos de natureza, o conjunto de forças que operam no universo ausentes de propósito ou discernimento.

Ela ri. O coelho sacode pra cima e pra baixo dentro da circunferência escarlate.

Tudo é construído com propósito e discernimento. E toda a construção de Deus é feita através de formas de vida inteligente – a lua me responde.

Sua resposta me atinge plena e impetuosamente. E explode dentro de mim.

Puxa vida! Isso significa que sim?!

Minha repentina excitação me restitui aos embriagados devaneios de costume. A lua torna-se novamente calada e imutável.

Estou incrédulo. Movimento-me sem propósito. A lua é artificial!

Mas de onde ela veio? E quem a construiu?

Idéias e pensamentos velozes e ferozes germinam e definham inteiros e mutilados contaminando e expalhando arrepios e vertigens em meu corpo e em minha mente. As horas passam.

Ao amanhecer, tenho a calma memória de quando estava em Barcelona em novembro último, quando David Icke apresentou uma de suas notáveis palestras aos catalães. Mas não pude ir. E fiquei ainda de descobrir o teor de suas últimas apresentações. Esta pode ser a chave.

Surfo a internet. E abro o portal.



O teor das últimas palestras de David pode ser conferido em diferentes endereços, mas recomendo esta excelente entrevista do Conscious Media Network, que junto com o Project Camelot é um dos melhores projetos de investigação dos mais variados e surpreendentes aspectos da nossa atual transição planetária.

Para assistir a entrevista, pode-se adquirir uma conta gratuita válida por 3 dias:

CMN 3 day free pass

E a entrevista está aqui: David Icke on The Moon Matrix

Alguns livros também esclarecem os mistérios sobre o nosso enigmático satélite e expõem as tantas tramanhas da agêNcia Americana de mentiraS espAciais em suas missões lunares:

Somebody Else Is On The Moon

Our Mysterious Spaceship Moon

Secrets Of Our Spaceship Moon

Who Built The Moon?

Ingo Swann, um dos principais nomes mundiais da Visão Remota, também relata evidências sobre diversas atividades lunares e projetos militares secretos em seu impressionante livro “Penetration – The Question of Extraterrestrial and Human Telepathy”, escrito em 1998. Não fosse pela longa e distinta carreira de Ingo como talvez o pai da Visão Remota, tendo oficialmente trabalhado para a inteligência do governo americano, bem como seu reconhecimento internacional como um instrutor e pesquisador renomado, talvez não haveria hesitação em descartar completamente as surpreendentes reivindicações de seu livro.

Em 1975, dois anos após a sonda espacial Pioneer revelar o alto nível de precisão das informações que Ingo obteve sobre Júpiter usando a VR, ele recebeu um telefonema de Washington, dizendo-lhe que era muito urgente que viesse a capital americana para encontrar um misterioso Sr. Axelrod. Isto o levou a uma cadeia de eventos que só podem ser descritos como fantásticos, incluindo uma longa jornada sob a estrita supervisão de dois guardas gêmeos, de helicóptero, carro e elevador, usando um capuz para garantir a completa incapacidade de reconhecimento do trajeto, que se conclui dentro de uma instalação subterrânea

Ali ele conhece pessoalmente o enigmático Sr. Axelrod, que está completamente familiarizado com o trabalho de Ingo no Stanford Research Institute, e que o convence, em troca de mil dólares por dia, a realizar uma missão de VR, uma missão tão secreta que não existe qualquer documentação sobre ela. A condição de seu emprego é que ele se comprometa a não revelar quaisquer detalhes de sua atribuição por pelo menos 10 anos, tendo sido assegurado que após esse tempo sua missão teria 'desaparecido'.

Após um período de tempo durante o qual Ingo e o Sr. Axelrod discutem os protocolos da missão, ela é então revelada: sua tarefa é ver remotamente uma secção específica da lua.

“Eu não tinha idéia do que o Sr. Axelrod queria. Talvez eles, quem quer que fossem, estavam procurando lugares apropriados para construir bases na lua. Talvez eles tinham perdido uma nave espacial secreta, ou algo nesse sentido.” (página 21)

Na sua sessão de VR inicial, Ingo percebe que suas coordenadas são para o outro lado da lua, que permanece sempre oculto. Ao chegar no local ele primeiro vê uma areia esbranquiçada marcada por um padrão que se repete, como marcas de pneus de um grande trator, e fica também confuso quando sente algo como uma atmosfera nesse lugar onde se encontra. Nesse ponto, ele é dado um outro conjunto de coordenadas e encontrando-se em uma região totalmente diferente, acredita que voltou sem querer para a Terra. Então pede desculpas, faz uma pausa e tenta novamente, usando as mesmas coordenadas de antes, só para descobrir que está vendo exatamente a mesma coisa:

“ 'Estou num lugar que é uma espécie de barranco, como em uma cratera, eu suponho. Há uma estranha névoa verde com uma luz de algum tipo. Porém além dessa luz todo o resto é escuro. Estou tentando entender de onde a luz está vindo....' Eu então parei novamente. Depois de um momento Axel me perguntou: 'Sim, e o que mais?' 'Bem, você não vai gostar disso, eu acho. Eu vejo, ou pelo menos acho que vejo, bem... algumas luzes reais ... tipo luzes de uma arena de futebol, acima da elevação, muitas delas... em cima de torres de algum tipo.'

Axel olhou para mim por um momento. Ele não estava sorrindo. 'Bem, eu vejo essas luzes! Mas como elas podem estar na lua? ' Nenhuma resposta veio de Axel. Eu continuei: 'Os russos já construíram uma base na lua ou algo parecido? É isso o que eu supostamente tenho que ver?' Mais uma vez não houve resposta. 'O quão alto são as torres de iluminação?', Axel me interrompeu... Engoli a seco novamente.

'Bom, se eu compará-las com alguma coisa que estou familiarizado, como por exemplo em Nova York, são quase tão altas quanto o prédio das Nações Unidas, que possui 39 andares.' Axel apertou os lábios, 'Você realmente vê isso então?'

'Eu então devo assumir que essas coisas realmente estão na Lua? Se assim for, isso é mais do que uma base lunar, não é Axel?' Novamente não houve resposta. Então eu continuei: 'Mas essa coisa é grande. A Nasa ou o programa espacial soviético já têm a capacidade de levar coisas tão grandes para a lua?'

Enquanto eu falava comigo mesmo sobre tudo isso, surgiu uma luz nos recessos de minha escuridão mental. De repente eu parei de falar. Olhei incrédulo para Axel. 'Você quer me dizer que eu devo assumir que este material NÃO É NOSSO! Não foi feito na Terra!' Axel ergueu suas sobrancelhas, tentando sorrir. 'Uma grande surpresa, não é?' ele disse.” (páginas 24-26)

E depois de muitas outras visitas lunares, Ingo Swann encontra torres, luzes, máquinas e estranhos edifícios:

“Um monte de cúpulas de vários tamanhos, coisas redondas como pequenos discos com janelas. Armazenados ao lado de crateras, as vezes em cavernas, as vezes em lugares que pareciam como hangares de aviação... Encontrei coisas como longos tubos, coisas como máquinas e tratores subindo e descendo colinas... obeliscos que não tinham nenhuma função aparente. Haviam grandes plataformas nas cúpulas, grandes estruturas em forma de cruz. Buracos sendo cavados nas paredes e no solo das crateras, tendo obviamente relação com algum tipo de mineração ou operações de transporte de terra.” ( página 30)

Finalmente, ele vê um tipo de entidades ou humanóides, ocupados trabalhando sob uma escura névoa verde-limão, que começam a falar excitadamente e a gesticular em sua direção.

“Imediatamente senti como se devesse fugir e me esconder, o que eu acho que fiz psiquicamente, pois perdi de vista essa imagem particular.

'Eu acho que eles me viram, Axel.'

Axel disse em uma voz calma e baixa, tão baixa que mal consegui ouvir no primeiro momento.

'Por favor saia rapidamente desse lugar.'

Meus olhos se arregalaram a medida que cheguei a compreensão:

'Você já sabe que eles são psíquicos, não é?'

Axel ergueu as sobrancelhas e deu um suspiro profundo. E nesse ponto, ele abruptamente fechou pastas.

'Acho que é melhor terminar o nosso trabalho aqui' ” (página 31)

O livro todo pode ser lido e também adquirido aqui:

Penetration – The Question of Extraterrestrial and Human Telepathy



Nestes tempos intensos em que estamos vivendo, a beira de uma fantástica transição planetária, tempos de enormes revelações espirituais e graves vazamentos nucleares, há muitos sins a serem assimilados:

Sim, o universo abunda com civilizações inteligentes e nós estamos rodeados por algumas delas. Sim, a nossa lua é um satélite artificial construído a muito tempo atrás e trazido para a órbita deste planeta, um satélite que abriga neste momento muitas bases e atividades de civilizações complexas. Sim, é provável que o nosso planeta esteja sob uma espécie de quarentena, sob o domínio de raças de aparente cunho involutivo. Sim, essas raças de aparente cunho involutivo são responsáveis pelo governo e modus operandi de nossa atual civilização.

E sim, sim, sim, quando percebemos o tamanho da prisão da qual esta realidade nos liberta, quando percebemos as extraordinárias verdades sobre a história da raça humana, quando percebemos a grandeza e as gloriosas possibilidades do universo em que vivemos e de nossos próprios corpos, quando percebemos o tamanho do bem que vem por detrás, atropelando magnificamente o ilusório e irrisório mal, quando percebemos a excelência e o esplendor das forças de luz que estão aqui para nos ajudar, da infindável e incomensurável força do amor, quando percebemos que Deus está aqui em pessoa, ao nosso lado, segurando a nossa mão e nos guiando neste alto passo que estamos prestes a dar, aí então conseguimos perceber o real significado da transição de 2012.

sábado, 11 de junho de 2011

Brincadeira de criança


Existe uma comunidade do espírito.
Junte-se a ela, e sinta o deleite
de andar pela rua barulhenta,
e ser o barulho.

Beba toda a sua paixão,
e falhe em tudo.

Feche ambos os olhos,
para enxergar com o outro olho.

Beba da presença de santos,
e não daqueles outros jarros.

Abra suas mãos,
se quiser que te segurem.

Sente-se neste círculo.

Pare de agir como um lobo, e sinta
o amor do pastor a te preencher.

Pela noite, o teu amado vagueia.
Não aceite consolações.

Feche sua boca contra comida.
Saboreie a boca do amante na sua.

Você lamenta, “Ela me deixou.” “Ele me deixou.”
Vinte outros virão.

Esvazie-se de preocupações.
Pense em quem criou o pensamento!

Por que você permanece na prisão
quando a porta está tão escancarada?

Saia do emaranhamento dos pensamentos medrosos.
Viva em silêncio.

Flua para cima, cada vez mais alto
em sempre crescentes anéis de existência.

Mas não vagueie afora pelas ruas
em seu êxtase. Durma na taverna.

Beba do vinho que te liberta o coração
assim como um camelo se liberta quando desamarrado,
e passeia livre sem destino.

Qualquer vinho te deixará bêbado.
Discirna como um rei, e escolha o mais puro,

aquele inalterado pelo medo,
ou por alguma urgência sobre "o que é necessário."

Bêbados têm medo da polícia,
mas a polícia está bêbada também.

Esta embriaguez começou em alguma outra taverna.
Quando eu voltar lá novamente,
vou ficar completamente sóbrio. Enquanto isso,
sou como um pássaro de outro continente, sentado neste aviário.
Aproxima-se o dia em que voarei,
mas quem é que agora em meu ouvido ouve a minha voz?
Quem é que pronuncia palavras com a minha boca?

Quem é que olha através de meus olhos? E o que é a alma?
Não posso parar de questionar.
Se pudesse provar um só gole da resposta,
poderia fugir desta prisão para bêbados.
Quem quer que me trouxe aqui vai ter que me levar para casa.

Pois quando um bêbado perambula pelas ruas,
as crianças riem dele.

Ele cai na lama.
Ele toma toda e qualquer estrada.

As crianças o seguem,
sem conhecer o gosto do vinho, ou a
sensação de sua embriaguez. Todas as pessoas no planeta
são crianças, exceto algumas bem poucas.
Ninguém é adulto exceto aqueles livres de desejo.

Deus disse:
"O mundo é uma grande brincadeira, uma brincadeira de crianças,
e vocês são as crianças."

Deus diz a verdade.
Se você ainda não deixou a brincadeira infantil,
como podes ser um adulto?

Sem pureza de espírito,
se você ainda está em meio a luxúria e a ganância
e outros quereres, você é como uma criança
brincando de fazer sexo.

Elas lutam e se esfregam grudadas, mas não é sexo!

O mesmo com as lutas da humanidade.
É uma disputa com espadas de brinquedo.
Sem propósito, totalmente fútil.

Como crianças em cavalinhos-de-pau, soldados proclamam cavalgar
Boraq, o cavalo-da-noite de Maomé, ou Duldul, sua mula.

Suas ações não significam nada, o sexo e a guerra que vocês fazem.
Vocês estão segurando parte de suas calças e correndo em círculos,
Dun-da-dun, dun-da-dun.

Não espere sua morte para então enxergar isto.
Reconheça que sua imaginação e seus pensamentos
e seus sentidos são como bambus
que as crianças cortam e fingem serem cavalos.

O conhecimento dos amantes místicos é diferente disto.

O empírico, o sensorial, as ciências
são como um asno carregado de livros,
ou como a maquiagem de uma mulher maquiada.
Sai com água.

Mas se você carregar a bagagem corretamente, irá propiciar alegria.
Não carregue sua bagagem de conhecimentos por alguma razão egoísta.
Rejeite seus desejos e suas obstinações,
e uma verdadeira montaria surgirá sob você.



Não fique satisfeito com o nome de HU,
com apenas palavras a respeito dele.

Experimente tal respiração.

Dos livros e das palavras surge a fantasia,
e as vezes,
algumas poucas vezes
da fantasia surge a União.

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O texto acima é uma tradução e adaptação minha de versos do grande mestre sufi Rumi, encontradas nas primeiras páginas do livro "The Essencial Rumi", de Coleman Barks.