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quinta-feira, 26 de março de 2009

Somos Todos Um Só


Eram 7 da manhã e o moderno aeroporto de Dubai estava um tanto fotográfico, com gente de todos os tipos - todas as raças, países, religiões e vestimentas - dormindo por todos os cantos dos terminais, fazendo da minha apertada conexão uma corrida com obstáculos, onde você ainda tem que tirar e pôr os sapatos e o cinto para passar pela segurança. Entre a mesma névoa que pousei, levantei voo.

A névoa me acompanhou durante as 4 horas de voo, quando tive minha primeira visão de meu destino: muito verde, rios e morros envolvendo favelas de uma grande cidade - algo parecido com aterrizar em Salvador. Ao pousar, peço a benção e proteção de Brahma, Vishnu e Shiva - e Shakti, Ganesh, Krishna e Kali.

Saio do aeroporto e sinto novamente o cheiro da Ásia, escolho o auto-rickshaw mais colorido e fico feliz em barganhar o preço da corrida. Minha primeira impressão de Mumbai é ótima: ignoro o caos e a miséria já visíveis e concentro-me nas cores, nos cheiros e nos tantos sorrisos retribuídos em meio a um congestionamento parecido com o da Marginal Tietê em saída de feriado, mas com bem mais infrações de trânsito e vacas.

Após duas horas chego no templo de Swaminarayan no bairro de Breach Candy, onde vou ficar hospedado. Um indiano que passava pela calçada me pega pelo braço e me leva até o começo da escadaria, onde tiro meus sapatos. Dentro do templo, um swami me oferece prasad.

Swami, que literalmente significa "conhecedor de si mesmo", é um título dado a pessoas que se dedicam ao aprendizado de um guru ou de uma tradição espiritual e prasad é geralmente um doce abençoado por um guru ou uma deidade.

Nem o indiano nem o swami falam inglês e demoro mais uma hora até encontrar meu quarto. Durante a tarde ando pelos arredores do bairro, faço meu celular orgonisado funcionar na Índia e volto ao templo para conhecer melhor quem foi Swaminarayan.

Swaminarayan foi um dos mais conhecidos santos hindus, tendo vivido entre 1781 e 1830. Quando perdeu os pais aos 11 anos de idade, ele iniciou uma peregrinação de 7 anos através de todo o sub-continente indiano, vestido apenas com um tapa-sexo. Nesses anos realizou diversos milagres, permanecendo durante todo um rigoroso inverno no topo dos Himalayas, na mesma posição: com um pé e um braço levantados, e sem maiores vestimentas ou comida.

Tenho aqui meu primeiro testemunho de um caso de um ser humano que quebrou as normas do que nos é geralmente vendido - de que não conseguimos sobreviver sem água ou comida, ou que não podemos controlar a temperatura de nossos próprios corpos. E não se trata da lendária vida de um personagem que viveu a milhares de anos atrás, da qual há poucas evidências ou documentos: a vida de Swaminarayan é tão bem documentada quanto a vida de Mozart ou a de Dom Pedro I.




Acima, uma pintura de Swaminarayan.

Apesar deste homem santo ter provado de que também é possível para seres humanos sobreviverem sem dormir, de que nossos corpos podem funcionar de diferentes modos de acordo com a respectiva consciência que faz uso deles, eu ainda não dominei a técnica de recarregar minha energia vital conscientemente através da meditação e as longas horas da viagem finalmente me arrastam para a cama.

Acordo com o cantar dos monges, saio as ruas, viro a esquina e chego a um prédio onde todas as manhãs acontece um encontro com um dos mais fascinantes mestres do sub-continente, um mestre que oferece um oásis de paz e luz no meio do caos da cidade mais industrializada e cosmopolita da Índia. O porteiro do prédio é muito simpático e me avisa que só podemos entrar meia hora antes do satsang, então procuro um café da manhã onde como minha primeira halwa indiana e volto no horário apropriado.

Subo no antigo elevador que toca uma inusitada lambada instrumental para me alertar sobre a porta aberta e ao tirar os sapatos antes mesmo de entrar no apartamento, sinto o brilho de Ramesh Balsekar. O brilho é o segundo dos três aspectos que podem ser usados para dividir e melhor compreender a atuação de grandes mestres.

E instantaneamente o brilho de Ramesh me remete a 3 anos atrás, onde o motivo desta visita começou:

FLASHBACK -- EXT . LONDRES - DIA

Saio do metrô de Marble Arch (afinal estamos aqui a dois meses antes dos atentados no metrô de Londres) e ando pelas ruas frias, vazias e semi molhadas de Marylebone a procura de um apartamento que o Simon me indicou. O dia está cinza como nunca e eu chego despretensiosamente a um prédio marrom com elevadores modernos, corredores limpos e uma porta preta. Ao abri-la sou recepcionado por uma educada mulher oriental que me pede para tirar os sapatos antes de me conduzir a sala adjacente.

Ao entrar nesta sala, de repente sou invadido por uma energia tão forte quanto a criada pela comunidade de Findhorn em suas meditações comunitárias - o ar desta sala é quase líquido, tão denso quanto ao da oca de meditação de Figueira, porém a fonte que emana tal brilho aqui é um único homem, e ele está vestido de preto dos pés a cabeça em meio a outras 10 pessoas. Surpreendido por tamanha energia inesperada, sento-me ao lado da janela na esperança de colocar a cabeça para fora e sobreviver, caso meus pulmões comecem a se afogar.

Maitreya pede para todos se sentarem e o satsang começa. Nos primeiros minutos nem consigo processar as palavras que chegam aos meus ouvidos: eles também estão ainda ajustando a pressão, adaptando-se a esta pequena conjuntura de espiritualidade numa modernidade líquida. Percebo que a maioria das pessoas ali estão como eu num semi-transe, transbordando com este maior exemplo de brilho que eu já tive a oportunidade de presenciar. Aos poucos, consigo estabilizar a respiração e começo a digerir e compreender as palavras.

Maitreya nos explica como seu sistema nervoso teve que ser restruturado durante seu processo de iluminação, para que pudesse suportar tamanho fluxo de energia. Eu quase consigo formular uma pergunta sobre tal restruturação, mas meus pensamentos são neutralizados assim que se formam e consigo apenas focar em guardar esta experiência em nossa memória coletiva e divina - como se precisássemos fazer algo para que isso aconteça - para ser melhor analisada quando meu corpo não estiver mais sob esta intensa força anestesiante.

Ele nos explica também a situação de sua atual existência como uma extraordinária e direta testemunha de Deus, literalmente: desde sua iluminação ele conscientemente testemunha Deus mover seus braços e suas pernas, falar através de sua boca e escrever através de suas mãos, sem que ele precise fazer nenhum esforço para que essas ações aconteçam. Exatamente como no filme 'Quero ser John Malkovich' - que aliás é um tremendo de um filme que precisa ser visto (e temos aqui mais um exemplo da ficção imitando a realidade), mas sem o surreal sétimo e meio andar ou a doida e descabelada Lotte.



Acima, Maitreya Ishwara.

Ele nos conta como a partir deste surpreendente ponto de vista, apenas testemunhou o fluxo divino fazer recentemente sua mudança da Nova Zelândia para Londres, sem que soubesse ainda o motivo de sua nova residência na Europa - o que exatamente iria fazer ou por quanto tempo exatamente iria ficar.

Meu falso ego não demora em ganhar espaço e estranhar, julgar e rotular tal relato como um tanto bizarro, mas eu não havia ainda visitado Ramesh Balsekar:

INT . MUMBAI - DIA

Entro no apartamento e um assistente me recebe com muita atenção, insistindo que eu me sente bem na frente de Ramesh, por ser minha primeira visita. Aceito, afinal tenho mesmo algumas perguntas para este estimado mestre. Mais umas 20 pessoas chegam, inclusive uma mulher americana, que por também se tratar de sua primeira vez, senta-se ao meu lado.

Ramesh entra na sala e percebo seu brilho com mais força, apesar de ser muito mais sutil se comparado ao de Maitreya. Segue-se o costume de mulheres primeiro, então permaneço absorvendo o brilho e descartando algumas perguntas, ao serem indiretamente respondidas pelas questões da americana.

Ramesh nos explica que o problema de se procurar a iluminação é que não existe ninguém que precise se iluminar. O ego é apenas uma ilusão e atrás dele está Deus em carne e osso, dentro de cada um de nós. Tudo o que podemos fazer, a tal da iluminação, é apenas o que aconteceu a Maitreya: adquirir consciência de que quem vive nossas vidas, quem move nossos corpos e pensa nossos pensamentos, é na realidade Deus.

A existência não passa de uma enorme brincadeira da suprema consciência que anseia em conscientizar-se de si mesma. O filme sempre esteve pronto dentro da lata - rolos de filmes projetados em cinemas vêm dentro de latas - e todos nós dividimos o mesmo propósito: acordar para esta verdade. E a melhor maneira para acordarmos é simples: amar-nos uns aos outros. Este não é um ensinamento original - Jesus sempre focou neste ponto - mas a maneira como Ramesh chegou a esta conclusão através da mente ao longo de mais de 30 anos de raciocínio contínuo é extremamente emocionante: vale a pena atravessar oceanos para sentar em sua sala de estar durante toda uma manhã e ouvir esta tão maravilhosa estória.



Acima, Ramesh Balsekar.

Pergunto a este mestre se a existência ocorre em ciclos e se é possível estarmos chegando ao final de um grande ciclo, o momento mais interessante de toda a recente história humana. Imerso em uma profunda paz e alegria de quem vivenciou uma das mais profundas verdades de nossas vidas, ele sorri e me responde: Quem pode ter certeza? Quem se importa?

Passo uma semana em Mumbai indo a casa de Ramesh todas as manhãs, e começo a ficar tão encantado com seu brilho e também com o caótico charme das ruas e pessoas, que já surge em meus pensamentos todo um planejamento da minha futura vida nesta cidade. Mas o fluxo não nos empurra pela metade, e eu logo testemunho meu corpo entrando numa agência de viagens e comprando uma outra passagem para o dia seguinte: eu precisava chegar a tempo de uma comemoração muito especial.

O website de Maitreya Ishwara é: http://www.ishwara.com/

O website de Ramesh Balsekar é: http://www.rameshbalsekar.com/

"Eu vivo o meu dia a dia como se tivesse livre-arbítrio, mas sempre consciente de que na verdade não sou eu quem vive a minha vida." - Ramesh Balsekar

sábado, 21 de março de 2009

As Caveiras de Cristal

Meu plano era ficar mais na Africa do Sul - até levei minha barraca do Brasil para acamparmos no próximo final de semana no AWAKE Festival no Rustlers Valley, um famoso vale entre sangomas, artistas, permacultores e hippies em geral. O Rustlers abrigava uma bonita comunidade até 2007, quando foi completamente devastado por um incêndio. O AWAKE Festival marcou então o renascimento dessa comunidade, uma emocionante tentativa de reconstruir esse importante local de crescimento de consciência.

Imagens do festival que aconteceu e de como o vale era antes do incêndio e um pouco de sua história podem ser vistos aqui: http://www.placenamesa.com/rustler.htm

E eu planejava também visitar a Cidade do Cabo na semana seguinte.

Porém durante a semana o fluxo me deu uma clara indicação de que eu precisava partir, então comprei minha passagem e embarquei antes que a semana acabasse. Durante minha estadia na Africa do Sul vivi momentos muito bonitos e fiz novos amigos e fico contente por ter que obrigatoriamente voltar aqui antes de retornar ao Brasil.

Ao partir, recebi ainda do Simon uma outra peça de orgonite, desta vez um pequeno escudo, acoplada a um telefone celular. Há algum tempo eu já vinha evitando usar aparelhos celulares, por saber que a queimação que sempre senti na orelha e na cabeça ao falar por mais de 10 minutos não se tratava de algo inofensivo. Por isso tinha deixado meu celular no Brasil.

Os telefones celulares poderiam operar com uma tecnologia não electro-magnética, de campos de torção, e assim não oferecer risco algum aos nossos cérebros nem ao meio-ambiente. Porém assim como alguém decidiu por carros movidos a petróleo enquanto Nikola Tesla oferecia a solução a eletricidade no final do século 19, alguém decidiu que operassem em frequências que afetam nossos corpos e nosso DNA. Frequências que são emitidas não apenas por nossos aparelhos, mas por torres espalhadas no mundo todo (que afetam não somente os usuários de celular, mas todo mundo), engenhosamente financiadas por um dos últimos vícios da humanidade.

Celulares que funcionam por campos de torção já existem e foram inventados pelo cientista alemão Dr Hartmut Müller.

Muitos médicos e cientistas atuamente alertam sobre os riscos do uso do celular, baseado em dados que estão hoje se tornando oficiais, como o aumento nos casos de cancer de cérebro. Recomendo a leitura dos seguintes artigos e documentários a respeito:

http://www.rense.com/general63/FACTS.HTM

http://www.rense.com/general63/cel.htm

http://video.google.com/cell phone dangers

E recomendo também minimizar ou parar com o uso dos atuais celulares, até que a tecnologia possa ser mudada ou que não precisemos mais desse tipo de aparelhos para nos comunicarmos a distância. Uma boa maneira de minimizar o uso é usar somente as mensagens de texto, ou usar sempre o viva voz, evitando colocar o aparelho ao lado da orelha.

Ou alternativamente, o projeto Orgonise Africa também produz estes pequenos escudos de orgonite que anulam a radiação maléfica dos celulares. Este é o celular que ganhei:



Estando então devidamente protegido com este escudo e sabendo que realmente poderia ser útil durante o resto da minha viagem, eu aceito o celular e embarco. Novamente, indico aqui o Orgonise Africa , que também trabalha envolvendo as torres de celulares com orgonite para que passem a irradiar vibrações benéficas.

No avião escolhi assistir ao filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, para conferir o que está sendo vendido atualmente para as massas, já ciente só com o título, que mais uma vez a ficção tinha imitado a realidade nos estúdios americanos. Isso mesmo, assim como em tantos outros fimes de Hollywood como Star Wars, Contato e a Lenda do Tesouro Perdido, mais uma vez temos um roteirista ou ciente da realidade em que vivemos ou orientado a imitá-la com precisão.

As Caveiras de Cristal são reais.

Existem 13 caveiras de cristal no planeta que desafiam as explicações que arqueólogos e cientistas conseguem formular. Ninguém sabe ao certo de onde vieram, quem as produziu ou qual o seu propósito. Uma única coisa é certa: elas existem.

A mais famosa e controversa de todas é conhecida como a caveira de Mitchell Hedges, uma perfeita réplica de um crânio humano, achada em 1924 em um altar de um templo Maia pela filha de um explorador britânico, Anna Mitchell Hedges, durante uma expedição pela América Central.

Acima, a caveira de Mitchell-Hedges.

Mantendo posse da caveira por vários anos, Anna notou que ela tinha o poder de afetar seus sonhos e sua consciência. Em 1970 a caveira foi analisada em laboratório e fatos muito interessantes foram confirmados: a caveira foi esculpida sem levar em consideração a direção de crescimento do cristal, fator necessário para nossa atual tecnologia ; não foi possível achar nenhum arranhão microscópico que indicasse o instrumento utilizado para esculpi-la ; a caveira parecia dispor de um elaborado sistema interno de lentes e prismas, devido a forma que refletia e refratava a luz - e o cristal de quartzo não apresenta tais propriedades em seu estado natural ; e que ninguém saberia como replicar tal caveira hoje.

Experimentos em como ela afetava a consciência e os sonhos de Anna não foram realizados, e mais uma vez o caso foi encerrado com explicações como: alguém levou 300 anos polindo o cristal com areia para atingir tal perfeição (como assim, 8 horas por dia todos os dias, ou excluindo sábados, domingos e feriados?) - as mesmas explicações como: as pirâmides do Egito foram construídas com enormes troncos de madeira para rolar as pedras (Credo Mutwa também explicou como todas essas intrigantes estruturas sobre a terra foram provavelmente levantadas com tecnologia sonar), as formações circulares que aparecem às centenas em plantações de todo o mundo são travessuras de gente bêbada, faz 35 anos que não vamos a lua porque não tem e nunca houve nada lá, as torres de Nova Iorque caíram com o calor do fogo, quem botou as estátuas da Ilha de Páscoa foi o coelhinho...

As caveiras de cristal são mais uma evidência em um mundo repleto de evidências sobre uma origem mais complexa e fascinante da raça humana do que uma evolução darwiniana do macaco. Uma destas caveiras é de propriedade do Museu Britânico em Londres e está atualmente em exposição.

Hoje nós sabemos que usar cristal de quartzo é uma das melhores e mais avançadas maneiras de se guardar dados - e especialistas predizem que esta tecnologia deve se tornar popular no planeta em alguns anos. Isso fornece apoio a uma das maiores probabilidades: as caveiras de cristal estão repletas de conhecimento e foram deixadas aqui por civilizações mais avançadas que a nossa, para que sejam usadas em um ponto de convergência a ser vivenciado no futuro próximo - talvez em 2012?

Indiana Jones se casa com a mocinha e eu permaneço acordado observando a escuridão do universo pela janela do avião. Ao ver as caveiras dentro de um blockbuster americano, somos sutilmente programados a pensar que tal mistério não é tão misterioso assim, afinal de contas. Mistério mesmo é qual será a próxima saga do nosso querido herói.

E é claro que "eles" vão continuar pesquisando e nos contando tudo a respeito das caveiras de cristal, se houver algo que realmente precisamos saber, é claro! Afinal "eles" nos contaram tudo o que sabemos sobre o mundo em que vivemos, cuidam da nossa segurança, da nossa educação e do nosso bem estar, não é mesmo?

Amanhece enquanto sobrevoo o Mar Vermelho e logo uma intensa névoa toma conta de todo o céu, cobrindo o deserto da Arábia em toda sua extensão. Nos aproximamos de nosso destino e a névoa não se dissipa, rodeando o avião em todas as direções durante o pouso, não permitindo que eu visse quase nada de Dubai... droga, e eu esqueci de trazer um cloud-buster.